[Resenha] Old School Metal Festival II - Shows - Aristos London House - Caxias do Sul/RS (15/11/14)

[RESENHA] Por MARCO PAIM


Neste último fim de semana tivemos a segunda edição do OLD SCHOOL METAL FESTIVAL, evento idealizado por Fabian dos Reis e produzido pela Demo Tape 2,7 Produções de Lucas Trindade. Este festival tem como missão revisitar, como sugere o nome, antigas bandas de metal gaúchas como também divulgar a nova geração, promovendo reencontro entre bandas e músicos que não tocavam há muito tempo, alguns inclusive, como o caso do DEADLY SHADOWS, há 20 anos. Bandas que em um determinado tempo da história tiveram seu auge e depois tiveram seu fim devido as circunstâncias da vida.

O evento aconteceu nos dias 14 e 15 deste mês, porém eu só consegui ir no sábado, dia 15. Chegando no Aristos um pouco das 22hs a euforia promovida pelo dia anterior estava estampada na cara de todos, e tive de aguentar os comentários "bah, ontem foi foda!", "perdeu um showzaço!", parece que o dia que você não vai é sempre o melhor, (risos)

Ouvi muitos comentários sobre a noite anterior, as que mais me chamaram a atenção foi sobre a banda OZIRIZ, uma das lendas que volta neste ano e que tem como proposta o metal cantado em português. Muitos elogios, principalmente a respeito da performance do lendário vocal de Somacal, que muitos disseram, impressionados, ter cantado o clássico "Black Sabbath" em português de forma magistral. Encontrei o Somacal no sábado, durante os shows, e pude conversar a respeito disso, e parabeniza-lo pelos comentários e ainda pude trocar uma ideia. Conheço o "Soma" há 20 anos, e é outro cara que se mantém gente boa desde aquela época.
Outra banda muito comentada foi o TERRIFY, que dizem ter feito um ótimo show, bom, eles prometeram isso em uma recente entrevista do baixista Aurélio Cassina, e parece terem cumprido!

Logo encontrei também o parceiro Maicon Leite (Wargods Press) que acaba de lançar o seu livro "Tá No Sangue! A História do Rock Pesado Gaúcho", e já tratei de adquirir o meu exemplar, autografado pelos autores e pelo grande Flávio Soares (Leviaethan), que já se encontrava no recinto com sua tradicional banquinha de produtos e merchandising. E quero aproveitar para recomendar este belíssimo trabalho literário, feito com muita dedicação e trabalho árduo. Já estou lendo e posso dizer: É demais!

Mas chegava a hora dos shows que eu finalmente iria presenciar, e a primeira banda a subir no palco é o HATE HANDLES, que comemorava 1 ano do lançamento do excelente  "Die in Hands of Believers", aclamado por aqui e eleito o melhor álbum de 2013 em Caxias do Sul. Apesar do pouco público no início do show, que foi se aglomerando no decorrer da apresentação, a banda já mostrou a que veio nos primeiros acordes, desfilando muita técnica com uma sonoridade pesada e limpa, com muita competência e segurança. foram executas músicas do debut, como "Why Praise?", "Keep the Desease" e "Bring Your Back". O HATE HANDLES toca uma espécie de prog death metal mas com muita coisa do thrash metal, é um som bem interessante, uma das melhores bandas do estilo no Brasil na atualidade e que precisa ser mais reconhecida.

Depois veio a banda PIETÁ, neste momento eu estava no camarim trocando uma ideia com meus amigos jurássicos do DEADLY SHADOWS, pudo então cumprimentar os amigos do HATE HANDLES e algo me chamou a atenção, ainda no camarim, da banda seguinte... "O cara canta em espanhol? Italiano?... ", "Nossa! Que sarrafeira! a música não teve 1 min"... Sim, já comentavam sobre o PIETÁ. Então fui ver com meus próprios olhos, e o que vi foi uma banda completamente doida, com músicas extremas e rápidas...

Infelizmente no momento em que tocava o PIETÁ aconteceu um revés... De repente vejo a Márcia (minha esposa) amparando um rapaz careca rumo a saída, fui ver o que estava acontecendo e me deparei com um cara com a cabeça cortada na nuca e sangrando muito, havia caído de costas e batido a cabeça no palco. Naquelas de "chama uma ambulância!!", "O Samu tá vindo...", "Não posso ir com ele..."... Conseguimos estacar o sangramento e o colocamos dentro de um taxi rumo ao postão 24hs. Quero enfatizar aqui que nunca tinha visto o cidadão na minha vida, cheguei até a perguntar se era de Caxias, então ele se identificou como Fernando e sim, era de Caxias. Ficamos um pouco com ele lá no postão para ter certeza que seria atendido, o que não demorou muito devido a gravidade (tinha que fazer pontos), demos os nossos contatos, caso precisasse de ajuda, voltamos eu e a Márcia aos shows no Aristos....

Quando voltamos estava acontecendo a apresentação do DEADLY SHADOWS, havíamos perdido 3 músicas, mas tudo bem... Voltando a resenha, a banda começava a música "Nightmare", presente em uma de suas longínquas demos (acho que de 1992), e como foi bom ver velhos amigos, Tony Devil, Maurício, Julio, Pesco e o baixista Kiko, pregando fogo com a mesma vontade que a 20 anos atrás tocando covers de  JUDAS PRIEST e BLACK SABBATH, mas sem esquecer, claro, as músicas autorais que fizeram parte de sua história, como "The Faceless One", "Living Under Pressure" e "Death Warrant", perpetuadas em demos lançadas na primeira metade dos anos 90. 



Depois era a vez do THE SCEPTIC, que conta com ninguém menos que Cipriano "Mr. Speed" Maffei na bateria, eleito o melhor batera de Caxias nos últimos 2 anos, e reconhecido até pelos caras do KRISIUN como uma dos melhores bateristas de death metal do Brasil. A banda executou músicas dos seus 2 trabalhos, o EP "Psycopatologycal" (2005) e o recente álbum "Chaotic" (2012), e ainda sobrou espaço para impressionantes covers do SEPULTURA e músicas do projeto paralelo da banda, o KOMBAT (que estará tocando no Natal do Metal deste ano).

Chegava então a vez das lendas do metal gaúcho, o LEVIAETHAN. A banda de Flávio Soares mandou bala em clássicos como "Echoes From The Past", "Drinkin' Death", "A.I.D.S." e "Hell Is Here". Infelizmente o som no começo do show estava ruim, alto demais e "abelhudo", o que foi devidamente contornado nas primeiras 2 músicas. Apesar disso, a banda esbanjou garra e carisma, e Flávio ainda mostra que está firme forte e com uma voz muito potente, não se deixe levar pelos seus cabelos e barbas brancas. A banda pregou fogo máximo! Infelizmente, devido a outro revés da noite, tive de deixar o evento antes do final.

A organização do evento, leia-se Fabian dos Reis e Lucas Trindade, estão de parabéns por mais este grande espetáculo de nostalgia e muita camaradagem. Foram 2 dias para revisitar grandes bandas que fizeram parte de nosso cenário, como também conferir novas performances de bandas emergentes. De parabéns também está o Aristos London House, que vem abrindo espaço para eventos do rock pesado com frequência aqui na cidade suprindo uma carência que vinha de anos. Finalmente alguém com a cabeça aberta para ao menos experimentar "novos" caminhos e sonoridades.

Resta agora a expectativa de quem tocará no próximo Old School Metal Festival.

Outras fotos podem ser conferidas no perfil do fotógrafo Marco Rodrigues:

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.390291697793771.1073741840.359115180911423&type=3

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.391013417721599.1073741842.359115180911423&type=3















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