[Resenha] MONSTERS OF ROCK - Porto Alegre/RS (30/04/2015)

(Editor / Redator / Músico)
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Surreal e histórico!! São as 2 palavras que definem os show da noite de 30 de Abril de 2015.

O MONSTERS OF ROCK finalmente chegava ao sul do país e, apesar de um grande desfalque de importantes bandas do cast, teríamos os grandes deuses do olimpo do metal, MOTORHEAD, JUDAS PRIEST e OZZY. Um show imperdível, até para mim que não sou adepto de grandes arenas, neste caso, o Estádio Zequinha.

Após uma viagem bem divertida, com a "caravana" organizada por MATT REAPER (Hell Hunter), na companhia de grandes amigos e camaradas. chegamos em Porto Alegre pelas 16hs (e alguma coisa) e logo de cara vimos que a coisa não seria fácil, uma imensa fila se estendia pelas ruas aos arredores do estádio, e aí vem o primeiro ponto negativo, a falta de organização e orientação. ninguém sabia de nada, pra que era a fila, pra onde ia, de onde vinha, se ia pra um matadouro ou pro estádio. Nenhuma sinalização, ninguém para orientar... 

Enfim achamos o nosso caminho... e que caminho... foram mais de 2 horas em uma fila interminável e lenta, com muita confusão, "furos" e gente aproveitadora (bem, o ser humano é podre mesmo... nenhuma novidade). Da fila dava para ouvir que a banda ZERODOZE começava a tocar e também terminar, o que foi uma pena, gostaria de ter visto essa ótima banda realizando um grande sonho e testemunhar as suas empolgações... mas não deu...

Finalmente, depois de uma epopeia, entramos no estádio e chegamos no meio da galera. Então no exato momento em que nos posicionávamos começava os shows principais. Vamos a eles:

MOTÖRHEAD

O palco escureceu e o primeiro a subir ao palco foi o grande baterista MIKKEY DEE, já chamando a galera pro agito. Depois veio PHIL CAMPBELL, disse algumas coisas ao microfone para então entrar o "the boss" LEMMY KILMISTER, sendo ovacionado por agora, multidão que lotava o Zequinha.
Sem muitas delongas, PHIL puxa o riff de "Shoot You in the Back" para loucura de todos. Logo o rosto surrado de LEMMY aparece no telão e a galera novamente vibra. Estava ali um cara que teve um papel crucial na história do rock pesado e do heavy metal, mesmo visivelmente "esgualepado", pregando fogo! (não foi difícil notar as suas mãos muto trêmulas)
O repertório do MOTÖRHEAD baseou-se nos primeiros e clássicos álbuns da banda, tivemos músicas como "Stay Clean", "Metropolis", "Over the Top", seguido de um momento solo de PHIL CAMPBELL. Obviamente, "Ace of Spades" e no bis, "Overkill". Do material mais recente, do último álbum "Afterschock", executaram as músicas "Do you Beliece" e "Lost Woman Blues". Destaque também para "Doctor Rock" do "Orgasmatron", que veio com um monstruoso solo de MIKKEY DEE, uma lenda do metal e segundo o próprio LEMMY, "the best drumer in the world".
Chegava ao fim um show histórico, de um ícone do rock mundial, apesar da sonoridade estar um pouco embolada, a voz por vezes muito baixa, o show em si foi espetacular, com músicos carismáticos e mandando ver. Apesar disso, o repertório, na minha opinião, poderia ter sido melhor, muitas músicas arrastadas e "desconhecidas" (digamos assim) para um show curto, mas valeu a pena!

Setlist completo:
01. Shoot You in the Back
02. Damage Case
03. Stay Clean
04. Metropolis
05. Over the Top (Solo de Phil Campbell)
06. The Chase Is Better Than the Catch
07. Rock It
08. Do You Believe
09. Lost Woman Blues
10. Doctor Rock (solo de Mikkey Dee)
11. Just 'Cos You Got the Power
12. Going to Brazil
13. Ace of Spades
Bis:
14. Overkill

JUDAS PRIEST

Após a troca de palco e ajustes no som, que duraram pouco tempo, novamente o palco ficava escuro para logo tomar um tom vermelho vivo enquanto a introdução "Battle Cry" soa nas caixas, e logo o riff de "Dragonaut", do mais recente trabalho, executado por RICHIE FAULKNER, vem rasgando o estádio.
Começava agora o que foi, pra mim, o melhor e mais surpreendente show da noite, porém com um público mais "frio", apenas agitando quando solicitado, ou em algum momento especial.
O repertório, apesar de curto, foi maravilhoso, fugindo um pouco do convencional, executaram pérolas com "Devil´s Child" e "Jawbreaker", músicas que eram raramente tocadas depois dos anos 80. Do mais recente álbum, tivemos "Halls of Valhalla" e a faixa título "Redeemer of Souls", e claro que não faltaram medalhões como "Victim of Changes", "Turbo Lover", cantada em uníssomo pelo público. Ainda tivemos "Electric Eye" e "Painkiller" no bis.
Mas o que mais impressionou mesmo foram as performances. ROB HALFORD cantou tão bem e tão seguro que impressionou, levando em conta a sua idade. Seus agudos estavam ali, altos e potentes como há décadas atrás. ROB chutou as bundas de quem insiste em critica-lo, mandou ver e quase botou abaixo o estádio com a frequência absurdamente altas de seus agudos. Incrível, após tantos anos, ele conseguir fazer o que fez no Zequinha.
GLENN TIPTON, estava um pouco mais apático, quieto, a maioria dos solos, até mesmo pelo repertório escolhido, ficou por conta do enérgico RICHIE FAULKINER. O cara é o carisma em pessoa e toca pra caramba! Ele traz uma energia renovada para o PRIEST e HALFORD parece absorver essa nova vibe. IAN HILL... bem, era ele no palco (Risos) e SCOTT TRAVIS destruindo mais uma vez.
O show foi fantástico, com imagens transmitidas nos telões centrais, alternando entre capas de álbuns e animações bacanas, HALFORD mudando seu fabuloso e único figurino a cada música foi "a" presença de palco, com direito a tradicional entrada com sua Harley Davidson personalizada. Apesar da frieza, o assunto não era outro após os shows. Talvez a "frieza" na verdade seria um "choque"... sei lá... meio estranho na hora.
O som, muito melhor que o show anterior, teve alguns problemas de mixagem, como no solo de "Hell Bent For Leather", onde o solo de GLENN praticamente não apareceu e em outros momentos onde os duetos ficavam embolados. Mas é isso, com o coração na goela, um sorriso enorme estanpado no rosto de ter visto mais uma vez os meus heróis "pregando fogo" (e dor nas pernas), vamos para o próximo show.

Setlist completo:
01. Dragonaut
02. Metal Gods
03. Devil's Child
04. Victim of Changes
05. Halls of Valhalla
06. Turbo Lover
07. Redeemer of Souls
08. Jawbreaker
09. Breaking the Law
10. Hell Bent for Leather
Bis:
11. The Hellion
12. Electric Eye
13. Painkiller
14. Living After Midnight

OZZY

A transição para o show do OZZY foi mais cansativa e longa. Depois dos "eternos" ajustes e uma breve introdução, OZZY OSBOURNE surpreende a todos surgindo sozinho no palco e saudando o público enquanto seus excelentes músicos se posicionam para então, GUS G, iniciar os trabalhos com o riff de "Bark at the Moon". Aí, meu amigo, o Zequinha veio abaixo! Logo depois, sem dar muito fôlego para o público e após breves palavras, emenda "Mr. Crowley", levando um verdadeiro mar de gente a loucura. 
O OZZY alternou momentos de sua carreira solo, com músicas como "I Don´t Know", "Suicide Solution", as surpresas da noite ,"I Don´t Want to Change the World" e "Shot in the Dark", com as músicas do BLACK SABBATH, como "Fairies Wear Boots" e a inusitada "Rat Salad" com direito a fabulosos solos de guitarra e bateria.
Não é novidade que OZZY OSBOURNE não vem cantando muito bem ao vivo há algum tempo, mas ele supera os limites da idade com seu timbre único e performances insanas, além de uma simpatia e carisma fora do comum, ele literalmente coloca o público de joelhos, os tem na palma da mão. Os músicos que o acompanham são sempre de primeira linha. GUS G é um guitarrista excepcional, com execuções muitas vezes fieis, toca de forma magistral e precisa. ROB NICHOLSON é um showman, agitando e girando a todo o momento, além de ter uma pegada poderosa. E o monstro TOMMY CLUFETOS foi fenomenal, acho legal esse estilo stoner dele, tocando músicas do SABBATH com muita influência de BILL WARD, o cara é foda!
O som do show do OZZY estava infinitamente melhor que todos, quase um HD, ouvia-se tudo, cada batida e cada trastejo, evidenciando que a estrela da noite era mesmo o "madmen". Me chamou a atenção também a simplicidade, sem imagens e sem enfeites no palco, contou apenas com a banda mesmo. Não esquecendo que agora, ao invés de baldes d´água, o louco está usando mangueira de bombeiro para molhar o pessoal da área vip... e o pior é que tava fazendo frio (risos). Mas acredito que ninguém se importou, afinal, é o OZZY.

Setlist completo
01. Bark at the Moon
02. Mr. Crowley
03. Fairies Wear Boots
04. Suicide Solution
05. Road to Nowhere
06. War Pigs
07. Shot in the Dark
08. Rat Salad (solo de Gus G e Tommy Clufetos)
09. Iron Man
10. I Don't Want to Change the World
11. Crazy Train
Bis:
12. Paranoid

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Obs:

Pontos positivos: Os shows, o espetáculo em si. O público, que não registrou maiores problemas pela quantidade de gente. (Eu acredito que mais de 30 mil).

Pontos negativos: A organização pecou em muitas coisas. Sinalização, orientação... parecia que estávamos órfãos. Filas demoradas, muita gente ainda entrava no momento em que o JUDAS tocava. Banheiros então, um lixo só!

É... mas até que valeu a pena (Risos).

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