Top 10 Álbuns Marcantes - TIAGO MASSETI

[ESPECIAL] Por HEAVYNROLL

Tiago Masseti - Daydream XI

"A árdua e injusta tarefa de escolher (somente) dez álbuns que marcaram a minha vida. Ciente do nível de dificuldade de selecionar tão poucos, dentre tantos, é com muito prazer que aceito o convite dos amigos do Heavynroll Space e me engajo, com afinco, nessa jornada! Sem ordem em particular, sem favoritismos ou limitações de gênero e, lembrando que os seletos representantes são baseados em seu impacto na minha vida como músico e não no que eu considero o melhor representante de artista X ou Y, aqui vamos nós:"




SYMPHONY X - "The Divine Wings Of Tragedy" 

Me lembro de comprar esse álbum depois de ouvir falar muito dele. Na época eu devia ter uns 15 ou 16 anos e começava a conhecer um pouco mais de Prog Metal e vários amigos me falavam pra escutar. Ele entrou no meu CD player e permaneceu, sem sair, por um mês inteiro. Me lembro de escutar e pensar "ah, então é possível fazer algo assim". A combinação de melodias inlfuenciadas pelo rock clássico com o virtuosismo quase exagerado dos instrumentistas e as temáticas fantásticas é um casamento que moldou pra sempre a forma como eu escutaria e faria música. Foi o primeiro álbum que eu ouvi em que eles falavam de mitologia, de histórias épicas e feitos heroicos, de maneira mais adulta, com uma escrita mais refinada, e isso me marcou bastante.

METALLICA - "Black Album"

Esse foi o primeiro álbum de Heavy Metal que eu escutei na vida. Me lembro de ouvir os primeiros riffs, quando um amigo deu play em um CD player antigo na sua casa de praia, e de entender na hora que aquilo ia me marcar pra sempre. Eu tinha 9 anos. Desde a primeira audição, lembro que a cadência dos riffs, o peso das guitarras e a agressividade das melodias fizeram todo o sentido pra mim. Eu imediatamente me vi fazendo algo como aquilo no futuro, mesmo sendo um fã de BACKSTREET BOYS na época.



STEVIE WONDER - "Songs In The Key Of Life"

Eu tive contato com esse álbum depois de já conhecer bastante do trabalho do STEVIE WONDER. Ele pra mim resume tudo de mais genial que esse artista brilhante fez até hoje. É um álbum progressivo demais pra ser pop, com soul demais pra ser progressivo, com funk demais pra ser R&B. Ele é um exercício de desprendimento, que me fez abrir os olhos pra muita coisa, em termos de mesclar estilos e incorporar influências à sua própria sonoridade. A profundidade dos temas abordados e a variedade de timbres e cores diferentes aplicados às músicas, fazem dele uma obra prima atemporal.


DREAM THEATER - "Metropolis pt 2 - Scenes From a Memory"

Esse álbum foi o meu primeiro contato com o Prog Metal e por isso, criou uma fundação na maneira como eu entenderia o estilo. Até hoje é uma obra que eu escuto com muito prazer e que me remete a um momento muito legal na minha vida. Ele deu início a um período de descobertas de bandas novas, de novos métodos de estudo e de novos objetivos como músico. É um álbum que me influenciou de maneira tão primordial que eu já nem percebo mais a presença dele. Gosto muito como a história é contada e como ela é surpreendente, quando se senta para escutar, com o encarte em mãos, lendo as letras. Foi a primeira experiência que tive com um álbum conceitual que contava uma história, que deveria ser lida e não só ouvida. E esse formato me é muito agradável até hoje, apesar de achar que o DREAM THEATER poderia ter ido muito mais longe ao explorar essa ideia.

CHRISTINA AGUILERA - "Back To Basics"

Esse álbum me marcou por dois motivos muito fortes: conceito e voz. Conceito, por ser um álbum de pop que não deve nada a nenhum álbum conceitual de nenhuma banda de progressivo, quando falamos de aplicação do conceito em um projeto. Ela assumiu uma proposta de retornar a uma sonoridade mais crua, mais clássica, em uma época em que boas canções eram o que realmente importavam. E fez isso quando as outras menininhas do pop estavam competindo pra ver quem era a mais gostosa. É um álbum duplo, recheado com esse conceito e repleto de canções honestas, verdadeiras e profundas. Ele me marcou muito por ter sido um dos primeiros álbuns de pop que eu ouvi em que o artista lidava com questões realmente pessoais. E o outro motivo: a voz. O álbum é um espetáculo de canto, de técnica, de expressão, de sentimento. Quem se interessa por canto, tem que ouvir.

PAIN OF SALVATION - "BE"

De todos da lista, talvez esse seja o álbum que tenha me marcado de forma mais objetiva e mais profunda. Eu assisti o DVD do "BE Live" em uma época em que eu estava completamente de saco cheio do Metal em geral. Os bumbos duplos infinitos, as cavalgadas intermináveis, a gritaria ilimitada e todos os dragões assassinados. Tudo aquilo tinha me deixado completamente saturado do estilo. Esse trabalho fez com que eu abrisse os olhos pras possibilidades que ter uma banda de Metal permitiam. Aquilo era um espetáculo completo, com vídeo, figurino, maquiagem, uma mini orquestra, virtuosismo, teatralidade, agudos, graves, pianos, solos de guitarra, altos e baixos, letras. Enfim.... Era uma experiência e não somente um álbum, ou um show qualquer. Foi por causa desse álbum que eu entendi que os clichês do gênero só poderiam continuar impondo alguma coisa sobre o meu trabalho até o momento em que eu me desfizesse deles. Foi por causa desse álbum que eu compreendi que o Prog Metal era uma desculpa perfeita pra não se prender a nenhum estilo.

OPETH - "Ghost Reveries"

Esse álbum me marcou bastante por ter quebrado um preconceito meu, abrindo várias portas pra conhecer outros trabalhos. O preconceito com o gutural. É uma forma de cantar que soava agressiva demais, atonal demais e gratuita demais, pra minha concepção à época. O OPETH fez eu entender que a técnica poderia ser utilizada de maneira adequada a cada música e que ela pode ser uma das formas mais expressivas de se cantar. Existem temáticas e riffs que são sombrios, malignos demais pra comportar outra forma de expressão sem perder o impacto. O que mais me surpreende até hoje é a capacidade que o OPETH tem de transitar entre mundos completamente diferentes, entre sonoridades quase opostas, e soar natural e fluido. Esse álbum em particular me marcou pela capacidade das músicas de criar cenários na minha cabeça. Ele tem um caráter cinematográfico que se traduz muito em imagens, pra mim.

AYREON - "The Universal Migrator Part II: Flight Of The Migrator"

"Tem um álbum com o Russell Allen, o Bruce Dickinson, o Ralph Scheepers, o Andi Deris, o Kotipelto e mais um monte de gente cantando. Tu não conhece isso?" Foi assim que um grande vocalista e amigo me apresentou AYREON. E a minha reação foi de espanto absoluto. Como eu não tinha escutado aquilo antes? Depois disso passei a conhecer toda a discografia do Arjen Lucassen e considero o AYREON uma das melhores coisas que aconteceram na música progressiva nos últimos tempos. O cast de vocalistas é impressionante nesse álbum, um verdadeiro time dos sonhos, que valorizam as músicas e criam uma experiência incrível. Adoro os timbres de teclado e os sintetizadores com aquele aspecto espacial. Na época eu já era fã de Prog, então foi um prazer enorme conhecer um projeto com tanto material pra explorar.

DIO - "Holy Diver"

Um clássico absoluto. Pra mim um álbum em que todas as músicas são ótimas e com o maior número de hits da carreira dele. Esse álbum moldou minha maneira de cantar, de compor melodias e de me expressar, principalmente nos vocais mais agressivos. Foi estudando esse álbum e me familiarizando com essas músicas que realmente fiquei confortável com alguns aspectos da técnica vocal. A grandiosidade da voz do DIO, as melodias, os riffs de guitarra, a estrutura das músicas. Acho tudo incrível! Pra mim um dos melhores álbuns de metal, sem frescura, sem firula, sem exageros, cheio de defeitos e falhas e ainda assim maravilhoso.

DEEP PURPLE - "Burn"

Eu sempre escutei muita música negra americana. Blues, Soul, R&B, Funk. E sempre gostei muito de álbuns que mesclassem estilos e que não se prendessem muito a gêneros. Meu pai escutava muito Deep Purple quando eu era pequeno, mas eu fui prestar mais atenção a eles mais tarde, quando tinha um pouco mais de maturidade e conhecimento pra entender o que eles faziam. A mescla das vozes do David Coverdale com o Glenn Hughes e a maneira como eles se complementavam é algo único e que ainda está pra ser superado até hoje. São dois dos vocalistas que mais me influenciaram, juntos, em canções ótimas. Gosto do astral que esse álbum possui. Ele tem uma alegria e um "swag" que falta no Rock em geral. Sou completamente apaixonado por essa formação do Purple e adoro a concepção de cada um dos músicos dela, como eles trabalham a favor das músicas, sem deixar de lado os próprios atributos.






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