[Resenha] URIAH HEEP - Show - Teatro do Bourbon Country, Porto Alegre - 20/05/2014

[RESENHA] Por MARCO PAIM 

Foto: Aline Jechow
Por muito tempo estava esperando por este momento. Momento este que foi frustrado na primeira vez que a banda anunciou um show em Porto Alegre no começo dos anos 2000 e que, com o ingresso na mão, vi o show ser cancelado. 

Desta vez, mesmo com o ingresso guardado a 7 chaves, estava receoso que um cancelamento viria, mas os dias foram passando e cada vez mais o sonho de ver meus heróis se concretizava. E foi quando cheguei ao Shopping Bourbon que a ficha realmente caiu e eu realmente me toquei de que tudo aconteceria, eu finalmente veria o URIAH HEEP ao vivo!!!

O show começou pontualmente às 21hs, como previsto e, após uma bela introdução, os músicos foram entrando um a um sob aplausos, e foi então que entraram arregaçando com "Against the Odds" do álbum "Sea of the Light" (1995), uma de minhas preferidas da banda. E quero deixar claro que não sabia de antemão o repertório e não gosto que me digam, adoro o suspense e a surpresa do que vem à seguir.
Logo depois veio a pesada "Overload", do "Wake the Sleeper" (2008). Neste momento o mestre Bernie Shaw, que deu um show a parte do começo ao fim, falou algumas palavras agradecendo o público e falando um pouco da música que vem a seguir, que faz parte do maior clássico da banda, "Demons & Wizards" (1972), "Traveller in Time", para alegria dos fãs. E sem muitas delongas, começa a apoteótica "Sunsrise" do "Magicians Birthday" (1972), incrivelmente executada, com os vocais cravadinhos.

(Esse vídeo da Karla Alves é mais ou menos a visão que eu tinha)

"Stealin´" do "Sweet Freedom" (1973), veio para apimentar o show e criou um clima de descontração, onde Bernie brincou o tempo todo com o público, que praticamente lotou o lugar. E neste momento descontraído Bernie começou a gritar "Are you ready?... Are you ready?" e anunciou: "I´m Ready" do mais recente álbum "Into the Wild" (2011), porém nada aconteceu (risos). Foi quando ele olhou para trás e viu que havia problemas com a bateria, acho que estourou a pele da caixa, então Bernie olhou para o público e disse "Oh, He´s not ready...(risos)" arrancando risos e aplausos da platéia. Resolvido o problema rapidamente, a música começou. Uma patada! Uma das melhores desta fase.

Foto: Aline Jechow
Depois veio outra favorita, "Between Two Worlds", do "Sonic Origami" (1998), e  novamente Bernie e a banda impressiona com os grandes e característicos vocais. E então chegou o momento da velharia, com "Gypsy" do primeiro álbum "Very Eavy`Very Umble" (1970), com direito a um grande solo do mestre guitarrista Mick Box, único remanescente da formação original. Seguido de "Look at Yourself" do álbum homônimo de 1971, a da épica "July Morning" do "Salisbury" (1970)... e foi então que veio minha primeira decepção, não com a música obviamente, mas por saber que eles na maioria das vezes fechavam com ela, a clássica "Lady in Black", também do "Salisbury". Esta era somente a 11ª música, como assim? E então eles deixam o palco...
Mas claro que teria bis, mas quantos? Será que o show seria curto mesmo?
Então a banda volta e Bernie começa a falar que é a primeira vez que toca na cidade de Porto Alegre e está encantado com as garotas brasileiras e etc.., tanto que começa a chama-las para subir ao palco. Sobem um total de 11 garotas, mas Bernie não se contenta, ele diz "Temos 11, eu não gosto deste número, tem que ser 12!" e chama mais uma. E desculpe, não deu para deixar de notar que elas foram direto ao Bernie e ao Mick deixando o novato baixista Davey Rimmer de lado com apenas alguns acenos. Vida de baixista meu amigo... (risos).
Após muitos abraços e beijos, as meninas são posicionadas em fila e começa a música do "Innocent Victim" (1977), a paulada "Free n`Easy", e depois de autógrafos no palco e mais beijos e abraços, as meninas descem, Bernie então agradece novamente ao público  e tocam a última música, a clássica "Easy Livin´" (1972), e essa foi minha segunda decepção... "Já??? Sério?? Só 13 músicas?? Que pena..." Essas foram literalmente minhas palavras enquanto acendiam-se as luzes...

Foto: Aline Jechow 
Enfim, o que vimos do Teatro Bourbon Country, apesar de um show curto, foi uma banda "pregando fogo" e Bernie "Show" se mostrou "o cara" da banda, com uma voz incrivelmente em forma em seus 57 anos de idade, arregaçou e humilhou menininhos metidos a cantores, não é a toa que é uma das minhas principais influências.
Do começo ao fim, a banda impressionou com um carisma fora do comum, fazendo o "polêmico" (por aqui) meet & greet em cima do palco, sorrindo o tempo todo e mostrando que, apesar da idade, eles ainda tem muita lenha pra queimar.
Mick Box é a simpatia em pessoa, sempre foi. Com seu jeito inconfundível de tocar e seus cabelos compridos e brancos, jeitão hippie, mostrou total desenvoltura e facilidade, demonstrando que o tempo (66 anos) só está lhe fazendo bem.
Phil Lenzon dispensa muitos comentários, sem dever nada pra ninguém e um pouco subestimado, eu o considero um dos melhores tecladistas do mundo.
Um cara que me impressionou demais foi o baterista Russel Gilbrook... Pqp! Vi poucos bateristas tocar com tanta vontade e "sentar" tanto o braço em uma bateria como esse cara. Ele é um monstro, tocar pra Car...ho! Não se limitou a tocar as músicas como são e as reinventou na bateria, sem perder a essência, colocando novas técnicas e pedais duplos. Fora que o cara tem uma saúde... (risos).
O "novato" baixista Davey Rimmer, fez o básico, se limitou a tocar algumas músicas com eram e poupou em outras, até arriscou no solo de "July Morning", como Trevor Bolder (rip) fazia e foi muito feliz. Percebi que ele é o cara mais "metal" da banda e também muito experiente. Grande músico. Aprovado!

Infelizmente esperava mais músicas. Esperava "The Wizard", "Bird of Prey", "Return to Fantasy" e mais músicas dos álbuns "recentes", como "Money Talk", "Tears of the World", "Shadow" e mais músicas do "Sonic Origami", esperava umas 18 ou 20 músicas, levando em conta que era a primeira vez que apareciam por aqui, no sul. Mas o pouco que tocaram valeu a pena, o fato de eu estar ali, valeu a pena, e ter a prova ao vivo do carisma desses caras... Valeu a pena!!!

Foto: Aline Jechow
Obs: Se eles voltarem para divulgação do "Outsider", estarei lá, mas na área Vip!! Porque o tal do mezanino não é tão bom quanto pensei... (Risos)

URIAH HEEP - Teatro do Bourbon Country, Porto Alegre - 20/05/2014
Setlist
01. Against the Odds
02. Overload
03. Traveller in Time
04. Sunrise
05. Stealin'
06. I'm Ready
07. Between Two Worlds
08. Gypsy
09. Look at Yourself
10. July Morning
11. Lady in Black
Encore:
12. Free 'n' Easy
13. Easy Livin'

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Confira outras fotos tiradas pela fotógrafa Aline Jechow (Crash TV)














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