TOP 10 Álbuns Marcantes - NIUTON PAGANELLA

[ESPECIAL]


O vocalista gaúcho NIUTON PAGANELLA listou os 10 álbuns que marcaram a sua vida. Paganella é vocalista da banda HAMMER 67, do qual fez parte também o saudoso guitarrista Paulo Schroeber (ex-ALMAH). A banda tem 1 álbum lançado em 2010 chamado "Mental Illness".
"Pela ordem cronológica, acho que eu posso dizer que os álbuns que me conduziram a gostar de rock foram estes." - Niuton Paganella
"Rock Around the Clock" - BILL HALEY

É engraçado como hoje eu leio entrevistas de músicos falando sobre como bandas como GUNS N ROSES e NIRVANA influenciaram sua carreira, que seus pais ouviam estas bandas e acabaram recebendo esta “herança” musical. É engraçado porque quando penso em relação a mim, vejo como sou já de outra época... minha mãe tinha um único disco do BILL HALEY – que por sinal ela nem gostava muito – e eu acabei descobrindo ele quando tinha lá meus seis ou sete anos (faz TEMPO). A energia daquela música tão diferente do que se ouvia no rádio na época me chamou muito a atenção, e músicas como “Shake, rattle and roll” e a própria “Rock Around the Clock” foram importantíssimas par que eu descobrisse que o que eu queria ouvir não era o que tocava na rádio Difusora ou no Globo de Ouro na TV...


"From Elvis Presley Boulevard, Memphis, Tennessee" - ELVIS PRESLEY

Um pouco antes do Rei morrer minha irmã ganhou este vinil, e eu fiquei bastante influenciado pela goela de ouro desse cara. Já estava na fase mais melódica, mais gospel de sua carreira, e a sonoridade era tão diferente de tudo que tocava na mídia da época que eu virei fã, e por incrível que possa parecer (porque o som que eu faço não tem nada a ver com Elvis) ainda sou mega fã e, para mim, ele foi o dono da melhor voz que o mundo já viu, seguido de perto em segundo lugar pelo mestre RONNIE JAMES DIO. Deste disco, destaque para as músicas “Hurt” e “Solitaire”.


"The Game" - QUEEN 

Outra surpresa pra quem esperava ver uma lista só de álbuns de metal. Quando fui estudar no colégio Presidente Vargas na sexta série, fui apresentado ao primeiro álbum de uma banda mais moderna, já fazendo um rock bem diferente dos ELVIS e HALEYque eu conhecia desde piá. Este disco costumava embalar as festinhas de garagem nos finais de semana, onde caras como o DE ROS, FERNANDO COSTA, RUY FITSCH, TOM ROCK (na época apenas conhecido como Coca – porque será?) tocavam as pickups a noite toda (até as 9h (Risos)) com os clássicos "Crazy Little Thing Called Love" , "Another One Bites The Dust" e "Save Me".


"Back in Black" - AC/DC

Finalmente um disco que me mostrou o que eu estava procurando. Perto do que eu ouvia antes, aquele riff da música título e o vocal impecavelmente absurdo do BRIAN foram como um tiro na minha cara. Nunca mais fui o mesmo, comprei o vinil original em 1982 e tenho ele até hoje comigo. Aos 11 anos de idade eu já estava totalmente louco gritando as músicas junto para a desgraça dos vizinhos, e é o que faço até hoje para a desgraça de várias outras pessoas. Com certeza esse álbum mudou minha vida e é responsável por boa parte do que sou hoje – para o bem ou para o mal.


"Highway to Hell" - AC/DC

Para a gurizada de hoje pode parecer estranho que lá em 1982 a gente não soubesse que o AC/DC teve três vocalistas, nem que o BON SCOTT tinha morrido, nem nada das bandas além do que se podia descobrir comprando as revistas-pôster da Somtrês na antiga banca São Remo... Tempos não conectados aqueles. Assistir um vídeo do KISS no Fantástico era o ponto máximo da sorte de quem queria ver uma banda de rock na TV. Por isso fui tomado de surpresa quando descobri ao comprar este álbum que o vocalista não era o mesmo, e foi uma grata surpresa. Porque quando conheci o legado do mestre BON foi hipnótico, assisti três vezes o filme “Deixa o Rock Rolar” no antigo cine Imperial e dali em diante este foi o vocalista que com certeza mais me influenciou. Engraçado lembrar de um episódio quando um colega de colégio que era totalmente tosco, que nunca tinha ouvido falar em rock, por influência nossa foi na loja do velho Elpídio pra comprar um vinil do “acedecê” (que era como todo fã de “rock pauleira” falava na época) e, ao ser perguntado pelo nobre turco “qual disco tu quer”, respondeu singelamente: “eu quero aquele acedecê dos corno”...


"In Concert" - DEEP PURPLE

Na época que eu estava no segundo grau (agora ensino médio), eu e o De Ros éramos colegas e conversávamos bastante durante os “recreios”. O diretor do colégio na época liberava a gurizada para levar discos para tocar no sistema de som durante o intervalo, e um dia o DE ROS apareceu com esse álbum duplo, que eu pedi emprestado. Quando ouvi pela primeira vez o lado A do primeiro disco com “Speed King” e depois os quase 20 minutos de “Wring that Neck” eu fiquei totalmente atrapalhado, aquilo era tão diferente dos três acordes dos irmãos YOUNG que comprei o disco do DE ROS no dia seguinte. Até hoje o vinilzão tá aqui em casa e é um prazer ouvir a banda mais criativa que já tocou ao vivo no auge de suas performances durante a formação Mk. II com Gillan e Glover. Acredito que este álbum tem versões de “Lazy” e “Strange Kind of Woman” ainda melhores do que as lendárias faixas do “Made in Japan”. GILLAN passou a ser o vocalista que eu tentava “emular” em minhas bandinhas de garagem, o que atingiu o auge nos tempos da CRAZY HORSE, certo PAIM?



"Rising Force" - YNGWIE MALMSTEEN

O próximo passo, depois de ficar vidrado em BLACKMORE e LORD e suas pirotecnias instrumentais, foi começar a ouvir discos de guitarristas. Isso pode parecer engraçado pra um cara que não sabe fazer um Sol maior numa guitarra, mas comprei e ouvi muita coisa de VAI, SATRIANI, VINNIE MOORE, TONY MACALPINE, e o primeiro guitarrista maluco que me deixou apavorado com seu estilo e velocidade foi esse sueco p#$%@ e arrogante mas que, lá nos idos de oitenta e poucos, apavorou o mundo com este disco, e de lambuja os vocais do JEFF SCOTT SOTO mataram a pau.


"Images and Words" - DREAM THEATER

Aqui foi o ápice do meu interesse por bandas instrumentais e de prog metal. Quando ouvi pela primeira vez esse disco numa fita cassete lá no Rizzo, de carona com ex-colegas da banda ÓPERA EXPLÍCITA, foi como se tudo o que eu soubesse a respeito de música e metal descesse pelo ralo... foram semanas, talvez meses tentando entender o que os caras estava fazendo naquela porra de tempos e compassos alternados do inferno. Eu gostava um pouco de RUSH e PINK FLOYD, mas nunca fui muito fã, porém na minha cabeça parecia que esses caras tinham encontrado a fórmula perfeita de misturar essas duas grandes bandas e ainda meter um certo peso. Saí como um louco tentando achar o CD (ainda nos seus primórdios) para comprar e acabei encontrando o “Awake”, o que não deixa de ser engraçado, porque a falta de informação na época não-internética fazia a gente cometer esses enganos. Na real nem foi um engano ruim, porque o “Awake” é mais do caralho ainda e talvez um dos últimos álbuns bons desses caras... e esse engano de compra, aconteceu também com o próximo disco:



"Vulgar Display of Power" - PANTERA

Agora sim a coisa iria ficar séria. Depois desse disco, todo o resto ficou num capítulo anterior da minha história. Acabaram-se os tempos de viagens progressivas, punhetações guitarrísticas, vocais afrescalhados cheios de agudinhos e duelos intermináveis entre os músicos das bandas. O engraçado é que, como no caso anterior do "Images/Awake", o disco que eu tinha ouvido – de novo de carona, agora com o batera e vocalista DOUGLAS CARBONERA – tinha sido o “Cowboys from Hell”. E eu tinha ficado impressionado com os agudinhos afrescalhados do PHIL ANSELMO no final de “Cemetery Gates”. Mais uma vez o tosco aqui foi comprar o CD e comprou o errado, ou seja, o único que tinha na loja, e graças aos céus foi o “Vulgar...”. Aí eu entendi novamente que a força do rock não estava na dificuldade e complicação da forma, mas sim na energia e veracidade da execução. Não que PANTERA não tenha dificuldades técnicas assombrosas, com a genialidade do falecido DIMEBAG DARREL e com a truculência do vocal do ANSELMO e da batera do VINNIE PAUL, mas o que te pega pelas bolas é a crueza e a violência que trespassa os alto-falantes e te dá um soco na cara igual ao da capa do CD. Nunca mais voltei a ser o mesmo. Comecei a ouvir peso, como MOTORHEAD, VENOM, SLAYER, CELTIC FROST. Adeus aos agudinhos no vocal, welcome to tattoos, headbanging e às maiores bebedeiras da minha vida ao lado dos bruxos PAULO (Schroeber), BALA (Márcio Venz), EVANDRO (Brito) e Vacariano (Jeferson). Estava plantada a semente do HAMMER 67.


Black Sabbath/Rainbow/Dio – RONNIE JAMES DIO

Aqui eu peço desculpas por não conseguir extrair um só disco dentre os que formam este tesouro do metal que é o legado de RONNIE JAMES DIO. Seria exigir demais de mim tentar escolher um só álbum, apontar uma só música, eleger uma letra ou uma melodia dentre as verdadeiras maravilhas que este cara deixou registradas, porque simplesmente elas estão tão acima da média, num nível tão elevado que eu já desisti de tentar compreender e só me resigno a admirar. Ás vezes, num rasgo de loucura, levado pelo excesso de álcool e de fanatismo, tento cantar uma frase ou duas destas obras primas, mas logo a razão volta e me recolho à minha insignificância. Acho bonito que algumas bandas tenham sido criadas para homenagear RJD, como no caso da DIO DISCIPLES, mas sinceramente, acho que não cabe a nós humanos tentar replicar aquilo que foi feito por quem não é humano. RIP RJD e long live rock’n’roll!!




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